Em 1999, pouco sabia sobre o uso do ciberespaço, porém, Pierre Lévy, filósofo da informação, destacava-se em seus trabalhos as interações entre internet e a sociedade. Neste texto, irei comentar sobre o capítulo X do livro "Cibercultura" de Lévy, "A nova relação com o saber", darei destaque as reflexões feitas pelo autor e como estou vendo-as na realidade brasileira. Ao ler o texto fiquei impressionada com as reflexões deste filósofo, o que chamou a atenção foi o período em que foi escrito o livro, mais precisamente quando ele foi publicado em 1999 aqui no Brasil. Ao relembrar da minha vida durante esse período, eu era uma das poucas do colégio que tinha computador em casa, e o detalhe esta no fato de não ter acesso à internet neste período, pouco comentava-se a respeito. O que é interessante é como são empregadas as idéias centrais do texto e as reflexões existentes de acordo com a análise do autor sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura. Ao relacionar a "Educação e Cibercultura", aparecem no texto palavras que estão diretamente ligadas à realidade virtual dos dias atuais, entre os quais ele destaca que o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais. Fiquei me perguntando sobre o que são essas tecnologias intelectuais capazes de modificar inúmeras funções cognitivas, entre as quais, quatro são citadas no capítulo, são elas:
-Memória, que no ciberespaço se torna banco de dados, hiperdocumentos etc;
-Imaginação, que se torna simulações na web;
-Percepção, caracterizado por sensores digitais etc;
-Raciocínios, demonstrado pela inteligência artificial etc.
Surge também no texto, a "Inteligência Coletiva" de acordo com o autor é adquirida pelo compartilhamento das tecnologias intelectuais entre inúmeros indivíduos. Ao tentar compreender a "inteligência coletiva", pensei como Lévy refletiu sobre isto e o que escreveu a respeito, uma visão impressionante para o período, portanto, não sei se ele pensou em algumas conseqüências ruins dessas inteligências intelectuais, que para muitos é a facilidade do copiar e colar, sendo assim, seria inteligência coletiva ou comodismo?
O ensino aberto a distancia (EAD) para o autor a primeira grande reforma necessária no sistema de educação e formação, onde deve explora técnicas de ensino a distância, possibilitando a utilização das redes de comunicação interativa, surgindo assim, um novo estilo de pedagogia que favorece tanto as aprendizagens personalizadas quanto as aprendizagens coletiva em rede. Olhar o EAD como Lévy citou no texto, é algo maravilhoso para a educação, porém, não sei se Lévy refletiu sobre o oportunismo que muitos governantes, no caso do Brasil, poderiam tirar dessa idéia, para mim o EAD tornou-se um remédio paliativo barato. Pensando assim, não haverá o papel de professor incentivador (onde este se torna um animador da inteligência coletiva) como previa Lévy. A segunda grande reforma, relaciona-se ao reconhecimento das experiências adquiridas, sendo que os sistemas públicos de educação poderiam orientar os percursos individuais no saber, incluídos os saberes não-acadêmicos.
Por fim, comentarei a importância dos ciberespaços, que proporciona a qualquer indivíduo instrumentos de navegação, que permitem abrir os pacotes de informação, onde nestes estão contidos os chamados “links”, que ligam idéias e referencias contida em um documento a outro, provocando com isso, transferências de páginas da web formando a rede de interconexões, que possibilita a comunicação na rede global. Como o próprio autor destaca a web não está congelada no tempo, ela se transforma a todo instante, assumindo hoje em dia o papel de portador direto do saber, que inicialmente pertenceu a comunidade viva, em seguida ao livro e logo depois a biblioteca.