terça-feira, 30 de setembro de 2008

A idéia do copyleft para os repositórios dos objetos de aprendizagem em prol da inteligência coletiva

Nos textos que serão citados mais adiante, será apresentada a importância da inteligência coletiva para os dias de hoje. A inteligência coletiva é fundamentada na idéia de quem ninguém sabe tudo, e que o aprendizado se dá em comunhão. A maioria das pessoas sabe bem o significado dessa comunhão, pois muitos em período escolar já precisaram da ajuda de um colega da sala, pois este sabia um pouco mais de certa matéria e vice-versa. Ninguém é dono do saber, e aqueles que se comportam desta forma, nem sempre é bem visto pelos colegas. Pensar em inteligência coletiva em uma sala de aula, até que é fácil, mas como poderia acontecer essa coletividade no mundo? Aí entra o papel da internet nas paginas dos repositórios de objetos de aprendizagem (ROA), como exemplo e junto à idéia do copyleft, potencializa cada dia mais, a troca dos saberes, que neste caso é direcionado para o ensino.
Antônio Carlos dos Santos Souza é bacharel em informática pela Universidade Católica do Salvador, mestre em modelagem computacional, com experiência em objetos digitais de aprendizagem etc. Em seu texto “Objetos de digitais de aprendizagem colaborativos”, neste texto ele introduz o conceito de objetos de aprendizagem e como ele deve ser estruturado e a sua forma de difusão através dos repositórios, onde ele comenta sobre a importância desses repositórios serem em “copyleft”.
Lynn Alves graduada em pedagogia pela Universidade federal da Bahia, com mestrado e doutorado em educação, com experiência em objetos de aprendizagem etc. No seu texto “Objetos digitais de aprendizagem: tecnologia e educação”, juntamente com Antônio Carlos (citado anteriormente), destacam a utilização dos objetos digitais de aprendizagem e sua aplicabilidade a prática pedagógica.
Através desses textos pode-se observar que no mundo de avanços tecnológicos, a internet, se faz necessário a utilização dos objetos de aprendizagem, contudo, espero que esses repositórios não se tornem uma biblioteca de “quadro negro”, estou querendo dizer que, não irá adiantar de nada pegar o que se faz em sala de aula e passar para o computador, ou seja, é necessário inovação e criação por parte da comunidade que utiliza esses ROAs, daí vem a importância de promover a inteligência coletiva, não adianta achar um objeto pronto e só copiar. Para que haja troca de conhecimento será necessário uma visão crítica a respeito dos que utilizam.

Análise do objeto de aprendizagem


Até pouco tempo eu não conhecia um objeto de aprendizagem (OA), ao cursar a matéria de informática aplicada a educação fui apresentada aos OAs. Muitos são os conceitos sobre objetos de aprendizagem, dentre tantos apresentarei a definição dada por Muzio(2001) que utiliza o termo objeto de aprendizagem como um granular e reutilizável pedaço de informação independente de mídia e termo de objeto de comunicação para propósitos instrucionais, podendo ser definidos como objetos de comunicação utilizados para propósitos instrucionais, indo desde mapas e gráficos até demonstrações em vídeo e simulações interativas.
O mais interessante desses objetos de aprendizagem é a tentativa de desenvolver a cada dia a inteligência coletiva, alguns espaços da web, desenvolvem esse trabalho, entre eles: o LabVirt e o Rived que é do Ministério da Educação (Rede Interativa Virtual de Educação). Dentre esses repositórios citados anteriormente, irei me prender ao RIVED, pois nesta postagem analisarei um objeto de aprendizagem contido nele.
O objeto de aprendizagem analisado é sobre hidrostática, sendo alguns dos seus objetivos:

“auxiliar o aluno na formação de conceitos sobre empuxo, densidade e outras propriedades envolvidas no estudo da hidrostática. Permitir ao aluno: - Definir densidade de um corpo, relacionando assim, a massa de um corpo com o seu volume. - Condições de flutuabilidade de um corpo imerso em um fluido. - Trabalhar o Princípio de Arquimedes e conhecer a lenda por traz deste princípio. - Conhecer o conceito de peso aparente.”

Depois de fazer um passeio sobre esse OA, identifiquei alguns pontos positivos, entre eles: o guia do professor, o saiba mais que trata da história do desenvolvimento da hidrostática (destacando o papel de Arquimedes), a tentativa de explicar o funcionamento do submarino através da animação e do texto complementar que fala sobre o funcionamento do submarino. Alguns dos pontos negativos que eu encontrei foram na animação interativa, pois como um dos objetivos do próprio Rived, os conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, ao utilizar a animação, percebi que esta, não estimula o raciocínio do aluno, pois como pode ser visto, não tem como analisar de forma clara o papel da densidade, pois eles só trabalham com os pontos extremos, ou seja, ou o submarino flutua ou afunda, não existindo um ponto médio. É claro que ao utilizar o gráfico disponível na animação podemos ver a relação entre profundidade e velocidade e velocidade com tempo, mas da forma como são trabalhados os conceitos na animação, não sei se os alunos conseguiriam relacionar o que foi visto na animação e depois responder as questões e os desafios existentes no objeto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Pensamento Complexo

As idéias aqui citadas só serão compreendidas se houver uma resposta para a seguinte pergunta: Porque precisamos pensar de forma complexa?

Baseada no texto do sociólogo Edgar Morin "Da necessidade de um pensamento complexo", farei uma reflexão junto às idéias dele, pois mesmo antes de ler esse texto, sempre busquei questionar as coisas, analisar os lados existentes. E como estudante de física, nada passa despercebido. Verdade, ninguém consegue explicar tudo, mas reconheço que aqueles que pensam nas complexidades das coisas, olham o mundo de forma diferente, pois estes saem do estado do "tudo bem" para o estado "como assim?".
Uma forma de tentar entender essa complexidade é demonstrada muito bem pelo autor, onde ele cita no texto: Se eu disser "amo-te", esta palavra pode ser a expressão de um apaixonado sincero, mas pode ser também a farsa de um sedutor e nessa altura será uma mentira. As complexidades fazem parte da vida, aliás a vida é complexa, o pensar complexo é nato, mas poucos sabem lidar com ele. Muitos esperam viver em plena perfeição, mas será que viver neste estado perfeito é viver? As pessoas são complexas, e elas devem ser mesmo, pois cada um é dono dos seus pensamentos, das suas atitudes, das suas ações e é a partir desse ponto que nasce a sociedade, não haverá sociedade perfeita, a sociedade somos nós, somos nós que a fazemos, ela só é o todo e nós somos as partes que a compõe, acabamos por ser responsáveis por esse todo.
O pensamento complexo faz com que queiramos entender os seres humanos, não fecho esse pensamento só aqui para o Brasil, penso nas diferenças existentes entre pessoas de diferentes nações, entre chineses, alemães, brasileiros, norte americanos etc. Ao lembrarmos das olimpíadas percebemos com muita facilidade essas diferenças, principalmente no que diz respeito a demonstração de sentimento, mas como é possível essa diferença? Somos membros da mesma espécie biológica. Ora, como o próprio texto cita, um etólogo Alemão, observou uma jovem surda, muda e cega de nascença e demonstrou que, por ela sorrir e chorar, ela não tinha aprendido, através do seu meio cultural, estas manifestações afetivas. Observamos assim, que o que realmente tem valor na sociedade não é a igualdade e sim as diversidades existentes, é através deste que caracterizamos as pessoas de diferentes nações.
Pegando as idéias citadas anteriormente e restringindo-as a educação brasileira, como deve ser para um professor que dá aula em média para 160 alunos, considerando que este tenha quatro turmas, ou seja, são 160 pessoas com atitudes e pensamentos diferenciados, será que a educação deve continuar sendo a mesma? Antigamente poucos tinham o direito de expor seus pensamentos, só que agora vivemos em uma nova era, onde esses pensamentos têm espaços para serem expostos e publicados, seja ele em casa, pois a postura da família também mudou com o passar dos tempos; seja ele na escola, hoje podemos contar com as inovações de determinados professores; na rua; na internet, onde essas idéias podem ser compartilhadas. É nessa vivencia dos pensamentos complexos, que olhamos o mundo de outra forma, e trabalhamos em pró das mudanças do que nos incomoda.
Termino essa reflexão fazendo das palavras de Edgar Morin as minhas, onde ele conceitua o pensamento complexo da seguinte forma: O pensamento complexo é, portanto, essencialmente aquele que trata com a incerteza e consegue conceber a organização. Apto a unir, contextualizar, globalizar, mas ao mesmo tempo a reconhecer o singular, o individual e o concreto.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Do Pensamento a Realidade do Saber

Em 1999, pouco sabia sobre o uso do ciberespaço, porém, Pierre Lévy, filósofo da informação, destacava-se em seus trabalhos as interações entre internet e a sociedade. Neste texto, irei comentar sobre o capítulo X do livro "Cibercultura" de Lévy, "A nova relação com o saber", darei destaque as reflexões feitas pelo autor e como estou vendo-as na realidade brasileira. Ao ler o texto fiquei impressionada com as reflexões deste filósofo, o que chamou a atenção foi o período em que foi escrito o livro, mais precisamente quando ele foi publicado em 1999 aqui no Brasil. Ao relembrar da minha vida durante esse período, eu era uma das poucas do colégio que tinha computador em casa, e o detalhe esta no fato de não ter acesso à internet neste período, pouco comentava-se a respeito. O que é interessante é como são empregadas as idéias centrais do texto e as reflexões existentes de acordo com a análise do autor sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura. Ao relacionar a "Educação e Cibercultura", aparecem no texto palavras que estão diretamente ligadas à realidade virtual dos dias atuais, entre os quais ele destaca que o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais. Fiquei me perguntando sobre o que são essas tecnologias intelectuais capazes de modificar inúmeras funções cognitivas, entre as quais, quatro são citadas no capítulo, são elas:
-Memória, que no ciberespaço se torna banco de dados, hiperdocumentos etc;
-Imaginação, que se torna simulações na web;
-Percepção, caracterizado por sensores digitais etc;
-Raciocínios, demonstrado pela inteligência artificial etc.
Surge também no texto, a "Inteligência Coletiva" de acordo com o autor é adquirida pelo compartilhamento das tecnologias intelectuais entre inúmeros indivíduos. Ao tentar compreender a "inteligência coletiva", pensei como Lévy refletiu sobre isto e o que escreveu a respeito, uma visão impressionante para o período, portanto, não sei se ele pensou em algumas conseqüências ruins dessas inteligências intelectuais, que para muitos é a facilidade do copiar e colar, sendo assim, seria inteligência coletiva ou comodismo?
O ensino aberto a distancia (EAD) para o autor a primeira grande reforma necessária no sistema de educação e formação, onde deve explora técnicas de ensino a distância, possibilitando a utilização das redes de comunicação interativa, surgindo assim, um novo estilo de pedagogia que favorece tanto as aprendizagens personalizadas quanto as aprendizagens coletiva em rede. Olhar o EAD como Lévy citou no texto, é algo maravilhoso para a educação, porém, não sei se Lévy refletiu sobre o oportunismo que muitos governantes, no caso do Brasil, poderiam tirar dessa idéia, para mim o EAD tornou-se um remédio paliativo barato. Pensando assim, não haverá o papel de professor incentivador (onde este se torna um animador da inteligência coletiva) como previa Lévy. A segunda grande reforma, relaciona-se ao reconhecimento das experiências adquiridas, sendo que os sistemas públicos de educação poderiam orientar os percursos individuais no saber, incluídos os saberes não-acadêmicos.
Por fim, comentarei a importância dos ciberespaços, que proporciona a qualquer indivíduo instrumentos de navegação, que permitem abrir os pacotes de informação, onde nestes estão contidos os chamados “links”, que ligam idéias e referencias contida em um documento a outro, provocando com isso, transferências de páginas da web formando a rede de interconexões, que possibilita a comunicação na rede global. Como o próprio autor destaca a web não está congelada no tempo, ela se transforma a todo instante, assumindo hoje em dia o papel de portador direto do saber, que inicialmente pertenceu a comunidade viva, em seguida ao livro e logo depois a biblioteca.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A chamada "inclusão digital"

Inclusão digital, esta é a intenção das políticas públicas para acesso a internet, promover a inclusão, ou seja, incluir pessoas no mundo digital. Admiti-se que a intenção seja muito boa, mas de que forma se dá essa inclusão? Será que está sendo aplicada da forma correta? Para muitos, o processo de inclusão é só disponibilizar um espaço onde as pessoas possam acessar a internet. Será que só isso basta? Como se pode afirmar que uma pessoa está incluída digitalmente só porque ela tem acesso a internet? Deveriam existir parâmetros claros, a fim de poder considerar que uma pessoa saiu da exclusão digital, pois há muitas dúvidas e questionamentos a respeito do que é está incluído digitalmente. Saber manusear só os programas vinculados a Microsoft, é um parâmetro de inclusão digital? E se a Microsoft conseguir bloquear o uso dos programas para aqueles que não tem a sua licença? Essas pessoas perderão o seu título de incluído e voltam a ser excluído, então, de nada servirá essas políticas de acesso para a internet, se estas forem restritas a um só conhecimento. Entre essas e outras, que a minha crítica volta a se aparecer, não adianta só mostrar os números. O problema não é incluir, o problema é de que forma é dada essa inclusão digital.